ERA UMA VEZ O CINEMA


Amores Brutos (2000)

cover Amores Brutos

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País: México, 154 minutos

Título Original: Amores Perros

Diretor(s): Alejandro G. Iñárritu

Gênero(s): Drama, Suspense

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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8.1/10 (210282 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra

Prêmio de Melhor Filme em Língua não Inglesa (Alejandro G. Iñárritu)

Associação dos Críticos de Cinema da Argentina

Condor de Prata de Melhor Filme Estrangeiro (Alejandro G. Iñárritu)

Círculo de Críticos de Cinema de Londres, Inglaterra

Prêmio Diretor do Ano (Alejandro González Iñárritu)

Festival Internacional de Cannes, França

Grand Prix da Semana Internacional da Crítica (Alejandro González Iñárritu)

Prêmio Grand Golden Rail (Alejandro G. Iñárritu)

Prêmio dos Críticos Jovens (Alejandro González Iñárritu)

Festival de Cinema de Havana, Cuba

Grand Coral - 1º Prêmio (Alejandro González Iñárritu)

Prêmio da Associação de Imprensa Cubana (Alejandro González Iñárritu)

Prêmio Glauber Rocha (Alejandro González Iñárritu)

Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Brasil

Prêmio da Crítica - Categoria Internacional (Alejandro González Iñárritu)

Prêmio do Júri Internacional (Menção Honrosa)

Festival Internacional de Cinema de Tóquio, Japão

Grand Prix de Tóquio (Alejandro González Iñárritu)

Prêmio de Melhor Direção (Alejandro González Iñárritu)

Prêmios Ariel - Academia Mexicana de Cinema, México

Ariel de Prata de Melhor Direção (Alejandro G. Iñárritu)

Ariel de Prata de Melhor Ator (Gael García Bernal)

Ariel de Prata de Melhor Fotografia (Rodrigo Prieto)

Ariel de Prata de Melhor Ambientação (Melo Hinojosa, Julieta Álvarez)

Ariel de Prata de Melhor Maquiagem (David Ruiz Gameros, Marco Antonio Rosado)

Ariel de Prata de Melhores Efeitos Especiais (Alejandro Vazquez)

Ariel de Prata de Melhor Som (Antonio Diego, Martín Hernández, Geoffrey G. Rubay)

Ariel de Prata de Melhor Edição (Alejandro G. Iñárritu, Luis Carballar, Fernando Pérez Unda)

Prêmio Ariel de Ouro (Altavista Films)

Ariel de Prata de Melhor Ator Coadjuvante (Gustavo Sánchez Parra)

Prêmios ALMA, Estados Unidos

Prêmio ALMA de Melhor Filme Estrangeiro

Festival de Cinema de Bogotá, Colômbia

Prêmio de Melhor Filme (Alejandro G. Iñárritu)

Prêmio de Melhor Direção (Alejandro G. Iñárritu)

Sociedade dos Críticos de Cinema de Boston

Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Prêmios Camerimage, Lodz, Polônia

Prêmio Golden Frog (Rodrigo Prieto)

Festival Internacional de Cinema de Chicago

Prêmio do Público (Alejandro G. Iñárritu)

Prêmio Gold Hugo de Melhor Filme (Alejandro G. Iñárritu)

Prêmio Silver Hugo de Melhor Ator (Emilio Echevarría, Gael García Bernal)

Grande Prêmio Brasileiro de Cinema, Brasil

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro (Alejandro G. Iñárritu)

Festival Internacional de Cinema de Edimburgo, Escócia

Prêmio New Director (Alejandro G. Iñárritu)

Festival Internacional de Ghent, Bélgica

Grand Prix (Alejandro G. Iñárritu)

Grand prix de l'Union de la critique de cinéma - Bélgica

Grand Prix de l'UCC

Festival Latino Americano de Huelva, Espanha

Prêmio Rábida (Alejandro G. Iñárritu)

Festival de Montréal, Canadá

Prêmio de Melhor Roteiro (Guillermo Arriaga)

Prêmios da MTV, Estados Unidos

Prêmio de Melhor Filme (Alejandro G. Iñárritu)

National Board of Review, USA

Prêmio NBR de Melhor Filme Estrangeiro (México)

Festival Internacional de Valdivia, Chile

Prêmio do Público de Melhor Filme Internacional (Alejandro G. Iñárritu)

Sinopse: A história de Amores Brutos, que se passa na Cidade do México, é composta por três núcleos distintos, ligados à princípio pelo fato de que em todos eles há a presença de cachorros, cujos comportamentos parecem em alguns momentos se confundirem com o dos personagens humanos (não por acaso, o título do filme no original seria, em tradução literal, algo como 'amores caninos').

Octavio (Gael García Bernal), o protagonista da primeira das três sub-tramas, é um jovem desempregado que mora em uma região suburbana com a mãe, o irmão mais velho, o sobrinho ainda bebê e a cunhada. Tomado pela ambição de ganhar algum dinheiro, que torne possível seu plano de fugir com Susana (Vanessa Bauche), a mulher do irmão, ele decide inscrever seu cachorro em violentas rinhas, que são organizadas de forma clandestina.

Na segunda história, conhecemos a Valeria (Goya Toledo), uma modelo que goza de considerável prestígio no meio em atua, ela é a amante do empresário Daniel (Álvaro Guerrero), um homem rico que vive com a esposa e duas filhas ainda pequenas. Cumprindo o que já vinha prometendo há algum tempo, Daniel abandona sua família e compra um apartamento para morar com Valeria.

A tensão, que é crescente nesta sub-trama, começa quando o poodle da moça entra por uma fresta no assoalho e acaba se perdendo no vão que há entre o piso de madeira e chão do apartamento, deixando como sinal de vida apenas seus grunhidos, que podem ser ouvidos em diversos pontos do apartamento. A apreensão provocada pelo andamento da trama é atenuada em um segundo momento, após uma trágico agravante.

A terceira sub-trama gira em torno de Chivo (Emilio Echevarría), um andarilho, que vaga pelas ruas da cidade juntando materiais recicláveis para vender. Este é o personagem mais enigmático e talvez o mais interessante do filme, em sua composição é possível perceber claramente a construção metafórica que Iñárritu e Arriaga buscam associar à história contada.

Chivo vive cercado de cachorros de rua, ele os acolhe e divide com eles o pouco que tem, em sua relação com eles está o seu último elo de ligação com um humanismo, que ele aparentemente perdeu. Tempos atrás, ele se viu obrigado a tomar uma decisão que o afastou de sua esposa e de sua única filha, que na época ainda era uma criança. Ele não se arrepende de ter agido de tal forma no passado, mas espera um dia ter o perdão da filha, que sempre acreditou que ele já estava morto.

Em dado momento, uma situação interliga as três histórias. Um acontecimento trágico dará início a um penoso processo de transformação, que será vivenciado por boa parte dos personagens. É a partir deste ponto que se iniciará a busca de alguns deles por algo que seja capaz de tornar suportável o sofrimento vivenciado.

Enquanto uns acreditam poder ter de volta aquilo que perdeu, outros agonizam diante da possibilidade de que os planos, nos quais depositavam todas as suas esperanças, jamais venham a se concretizarem. É então que surgem as perguntas que dão todo o sentido para a trama: Estamos à mercê do meio em que vivemos? O condicionamento, fruto da influência do meio, pode por si só justificar os atos violentos e isentar da culpa aqueles que os cometem? É possível encontrar paz e redenção, estando ainda imerso em um mundo que parece, a cada dia, se tornar mais cruel e embrutecido?

Amores Brutos é inegavelmente um filme violento e isso o torna indigesto para uma boa parte do público, todavia, a violência que impressiona nele não é a gráfica, mas aquela edificada sobre situações triviais e por isso passíveis de acontecer om qualquer um de nós. O terror psicológico, que tem sua intensidade aumentada à medida que a trama se desenrola, chega a se tornar uma experiência angustiante em determinadas passagens, ora por evocar complexas questões éticas e morais, ora por nos assustar com a revelação daquilo de mais brutal e cruel que somos, como humanidade, capazes de fazer.

Diante das passagens que retratam as horríveis brigas de cães, somos incitados a questionar quem de fato são os animais irracionais e violentos, os cachorros que se mutilam nas disputas ou aqueles que os treinam para tal. Da mesma forma, somos levados a refletir sobre até que ponto o comportamento violento dos indivíduos não são, tal como o dos cachorros, uma espécie de resposta aos estímulos externos que recebem e não o resultado de uma natureza intrínseca...

O impacto do filme é reforçado pela força das atuações, que tornam o drama de cada um dos personagens plausível e condizente com tipo de abordagem - sem lirismos - que o filme adota. Destaco os desempenhos do Gael García Bernal, que na ocasião era ainda um ilustre desconhecido, e do Emilio Echevarría, ambos imergem de uma forma assustadora em seus respectivos personagens e dão a eles veracidade e credibilidade.

A montagem fragmentada e o desenvolvimento do roteiro não linear dão ao filme um ritmo rápido, que faz com que ele consiga estimular a tensão e prender a atenção do expectador da primeira à última cena, sem que sua história se torna cansativa ou desinteressante em nenhum momento. Destaco ainda a ótima trilha sonora original, composta por Gustavo Santaolalla, outro colaborador habitual do Alejandro González Iñárritu, ela pontua os momentos de tensão e salienta o quão algumas situações são desesperadoras.

As cenas que retratam as brigas de cães na rinha não são reais (confesso que o temor de que elas o fossem, como muitos afirmam, foi um dos motivos que me fizeram deixar o filme em segundo plano durante tanto tempo). Olhares mais atentos perceberão que a suposta veracidade de tais passagens é fruto de um excelente emprego da técnica cinematográfica. Ótimos trabalhos de edição e mixagem de som, cortes nos momentos certos, movimentos rápidos de câmera e a trilha sonora, que atenua a tensão, são alguns dos elementos responsáveis pelo realismo das cenas e pelas polêmicas que elas continuariam rendendo até hoje .

 

Elenco: