ERA UMA VEZ O CINEMA


Betty Blue (1986)

cover Betty Blue

link to Betty Blue on IMDb

País: França, 120 minutos

Titulo Original: Betty Blue

Diretor(s): Jean-Jacques Beineix

Gênero(s): Drama, Romance

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.4/10 (16298 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Festival de Montréal, Canadá

Grand Prix das Américas (Jean-Jacques Beineix)

Prêmio de Filme mais Popular (Jean-Jacques Beineix)

Prêmios César - Academia das Artes do Cinema, França

César de Melhor Poster

Sociedade dos Críticos de Cinema de Boston

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro

Sinopse: “Betty Blue” mostra-se como um dos filmes mais espetaculares para a compreensão a evolução da loucura em uma determinada pessoa. O diretor Berniec conseguiu criar uma obra de arte ao mesmo tempo em que retrata fielmente o processo que a personagem principal, Betty Blue percorre em sua trajetória de perda de consciência e até mesmo de sua condição física. O filme mostra  Píere um rapaz que fazia serviços de manutenção em um conjunto de bangalôs. Sua vida era monótona e sem alterações até que surge Betty e os dois passam a viver uma tórrida história de amor. Aos poucos a presença forte e marcante de Betty começa a criar situações inusitadas e embaraçosas para Piere que culmina com sua dispensa do trabalho.  

Mas nesse momento o que nos salta à percepção é apenas uma mulher vigorosa empurrando seu companheiro para vôos mais largos em seu horizonte existencial. E essa força catalisadora se mostra ainda mais forte e envolvente quando ela descobre que seu companheiro tem  um romance manuscrito sem publicação. Ao lê-lo passa a incentivá-lo a procurar editora ao mesmo tempo em que se mostra incrédula dele trabalhar como ajudante de serviços gerais tendo um talento tão desenvolvido para as letras. Tudo passa a girar inicialmente em torno desse inconformismo, e quando ela provoca situações insustentáveis de permanência no bangalô eles se vêem obrigados não só a deixarem o local como também a buscar por outros cantos.

Mudam então de cidade e passam a conviver com novos amigos e diante de novas perspectivas de vida parece, então, que a vida dos dois iria viver períodos de calmaria. E tudo então passa a ser justificativa para as explosões de Betty. Ora diante de uma possível gravidez e a constatação diante dos exames de urina de que se tratava apenas de atraso menstrual. Ora ainda, diante de frustrações que a vida apresenta, enfim tudo era motivo para que Betty explodisse e desse vazão a um furor incontrolável. Junto a um casal de amigos Betty começa a trabalhar de garçonete, e diante de uma cliente do restaurante que mostra insatisfação ao tratamento dispensado ela simplesmente tenta agredi-la furando sua barriga com um garfo. Os amigos sinalizam a Piere o estado de desequilíbrio de Betty, ao que ele sempre prontamente dizia que era em razão apenas de estresses de trabalho, ou então, em outros momentos devidos à falsa gravidez.

O fato é que paulatinamente esses descontroles se tornam contínuos e o que era simples intermitências diante de fatos isolados passar a ser a realidade constante vivida por Betty. E a evolução exibida do agravamento da loucura de Betty é simplesmente inenarrável, pois na realidade o que é exibido é o seu comportamento exibindo as contradições de condutas dos demais que eram considerados saudáveis.

O próprio Peire se surpreende ao saber que Betty  toma remédios para controle de sua situação emocional . E a cada nova cena um novo panorama de evolução de seu furor e de seu total descontrole emocional. E o que era uma história de amor e paixão acaba se transformando em pesadelo envolvendo não apena Piere mas também as pessoas de seu entorno. Um dia ao chegar em casa Piere encontro grande vestígios de sangue pelo caminho e quando está no auge do desespero em busca de Betty é acolhido por um vizinho que lhe diz então que ela havia sido hospitalizado em razão de ter arrancado um de seus olhos.

Na seqüência temos então um longo corolário de sofrimento de Piere em busca de explicações dos médicos para a sua doença bem como sinais da total desestruturação provocada pelo ambiente manicomial. E desde acusações aos médicos de que esses estavam enlouquecendo sua mulher até situações em que tudo se torna obnubilado, temos uma amostra da realidade manicomial em uma de suas facetas mais cruéis, ou seja, a maneira desumana como o doente é tratado e trancafiado dentro da instituição manicomial.

O filme se desenrola então em seqüências cada vez mais angustiantes de sofrimento e dor, transformando, então, uma linda história de amor em um pesadelo interminável. E o mais hilário é que Piere finalmente consegue publicação para o seu romance e até mesmo encomendas para mais trabalhos quando Betty já se encontra na realidade manicomial e sem qualquer contato com a realidade. Seu sofrimento é detalhado em nuances que fazem com que a dor vivida por sua personagem seja estampada em tons sombrios de dor e desespero. E em que pese um drama tão contundente em seu enredo, Betty Blue mostra-se como sendo um extraordinário filme de arte com nuances de luz, sombra e fotografia lindíssimo. Isso tudo tendo como modulação a música lindíssima de Ze´z . Um filme em que temos  igualmente a condição da plasticidade necessária para que seja considerado, sendo também  emoldurado por um enredo fortíssimo de grandes emoções e arrebatamento.

 

Elenco: