ERA UMA VEZ O CINEMA


Los Angeles - Cidade Proibida (1997)

cover Los Angeles - Cidade Proibida

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País: USA, 138 minutos

Titulo Original: L.A. Confidential

Diretor(s): Curtis Hanson

Gênero(s): Crime, Drama, Mistério, Suspense

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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8.2/10 (504488 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA

Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger)

Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (Brian Helgeland, Curtis Hanson)

Prêmios Globo de Ouro, EUA

Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger)

Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra

Prêmio de Melhor Edição (Peter Honess)

Prêmio de Melhores Efeitos Sonoros (Terry Rodman, Kirk Francis, Andy Nelson, Anna Behlmer, John Leveque)

Círculo de Críticos de Cinema de Londres, Inglaterra

Prêmio Filme do Ano

Prêmio Roteirista do Ano (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmio Diretor do Ano (Curtis Hanson)

Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, EUA

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Fotografia (Dante Spinotti)

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Festival Internacional de Toronto, Canadá

Prêmio Metro Media (Curtis Hanson)

Prêmios Bodil - Copenhague, Dinamarca

Bodil de Melhor Filme Americano (Curtis Hanson)

Academia Japonesa de Cinema, Japão

Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Horror, USA

Prêmio Saturn de Melhor Filme de Ação, Aventura e Suspense

Instituto Australiano de Cinema

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson, Arnon Milchan, Michael G. Nathanson)

Prêmios Blue Ribbon

Blue Ribbon de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson)

Sociedade dos Críticos de Cinema de Boston

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Spacey)

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland )

Associação dos Críticos de Cinema de Chicago

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmio de Melhor Diretor (Curtis Hanson)

Prêmios Chlotrudis - Massachusetts, USA

Prêmio Chlotrudis de Melhor Filme

Prêmio Chlotrudis de Melhor Fotografia (Dante Spinotti)

Prêmio Chlotrudis de Melhor Ator (Russell Crowe)

Prêmio Chlotrudis de Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Spacey)

Prêmio Chlotrudis de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio Chlotrudis de Melhor Roteiro Adaptado (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Círculo dos Roteiristas de Cinema, Espanha

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro

Prêmios Edgar Allan Poe

Prêmio de Melhor Filme (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmios Empire, Reino Unido

Prêmio Empire de Melhor Ator (Kevin Spacey)

Círculo de Críticos de Cinema da Austrália

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro

Círculo dos Críticos de Cinema da Flórida, USA

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland )

Prêmio de Melhor Fotografia (Dante Spinotti)

Fotogramas de Plata, Madrid, Espanha

Fotogramas de Plata de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson)

Sociedade dos Críticos de Cinema de Las Vegas

Prêmio Sierra de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Mainichi Film Concours, Tóquio - Japão

Prêmio Mainichi de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson)

Sociedade Nacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Roteiro (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmio de Melhor Diretor (Curtis Hanson)

Sociedade dos Críticos de Cinema de San Diego, USA

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Roteiro Adaptado (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmios Sant Jordi de Barcelona

Prêmio do Público de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro (Curtis Hanson)

Prêmios Satellite, Los Angeles

Prêmio Golden Satellite de Melhor Roteiro Adaptado (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Sociedade dos Críticos de Cinema do Texas, EUA

Prêmio de Melhor Roteiro Adaptado (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Spacey)

Associação dos Críticos de Cinema do Sudeste, Estados Unidos

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger)

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson)

Prêmio de Melhor Direção (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Grêmio dos Roteiristas da América

Prêmio de Melhor Roteiro baseado em material previamente publicado (Curtis Hanson, Brian Helgeland)

Sinopse: Escrito pelo próprio Hanson ao lado de Brian Helgeland e baseado em livro de James Ellroy, “Los Angeles – Cidade Proibida” se passa nos anos 50 e acompanha o cotidiano da polícia após a prisão do chefe do crime organizado local. Numa noite conhecida como “Natal Sangrento”, diversos policiais agridem alguns prisioneiros mexicanos e acabam flagrados pela imprensa, gerando uma investigação que leva o policial Ed Exley (Guy Pearce) a ser promovido, justamente por delatar seus companheiros de profissão.

Assim, o policial Bud White (Russell Crowe) e o detetive Jack Vincennes (Kevin Spacey) acabam afastados de suas funções, mas todos eles terão seus caminhos cruzados numa investigação que envolverá o alto escalão policial – entre eles, o capitão Dudley (James Cromwell) – e pessoas importantes ligadas a um esquema de prostituição no qual as mulheres se parecem com estrelas de cinema – entre elas, a bela Lynn (Kim Basinger).

Surgindo como um verdadeiro noir moderno logo em seus primeiros minutos, “Los Angeles – Cidade Proibida” traz praticamente todas as principais características do gênero. Assim, temos o crime movendo a narrativa, as cenas predominantemente noturnas, os personagens ambíguos e a loira fatal. E ainda que a fotografia de Dante Spinotti tenha cores quentes e cenas diurnas especialmente em seu segundo ato, esta paleta de cores surge sempre dessaturada, criando um visual que não apenas homenageia o gênero como também remete à época em que se passa a narrativa com precisão.

Esta sensação é reforçada também pelo ótimo design de produção de Jeannine Oppewall, que reconstitui a Los Angeles dos anos 50 com precisão através dos carros que circulam pelas ruas, da decoração dos ambientes e das armas utilizadas pelos policiais, além é claro da ótima trilha sonora de Jerry Goldsmith, repleta de Jazz e músicas típicas da Califórnia, mas também com composições instrumentais sombrias que pontuam bem certas cenas, como quando Ed chega ao Nite Owl e anda pelo lugar após o massacre – e aqui vale observar como a câmera subjetiva de Hanson amplia o suspense consideravelmente.

Paleta de cores dessaturadaLos Angeles dos anos 50Ed chega ao Nite OwlMas o fato é que grande parte da narrativa se passa predominantemente à noite, o que permite ao diretor criar um visual sombrio que remete diretamente ao universo obscuro daqueles personagens. Vestidos normalmente com ternos sóbrios (figurinos de Ruth Myers), os policiais tentam manter a boa imagem perante a população, mas, como em todo bom noir, nem tudo em “Los Angeles – Cidade Proibida” é exatamente o que parece ser. O mérito, neste caso, é também do excelente roteiro que funciona perfeitamente tanto em sua estrutura como no desenvolvimento dos personagens, que se tornam ainda mais interessantes graças ao bom desempenho geral do elenco.

Fisgando a atenção do espectador desde sua eficiente introdução, “Los Angeles” escancara sua eficiência narrativa logo na cena seguinte, quando rapidamente somos apresentados aos personagens Bud, Jack e Ed e, de maneira clara, conhecemos algumas de suas principais características. Obviamente, a fluidez da narrativa se deve também a montagem ágil de Peter Honess, que confere um ritmo empolgante aquela investigação intrigante e imprevisível.

No entanto, esta agilidade não impede que Hanson tenha o cuidado de criar um pequeno suspense na apresentação de Lynn, demorando alguns segundos para revelar a excelente maquiagem que transforma Kim Basinger numa sósia de Veronica Lake. As prostitutas que se parecem com atrizes famosas de Hollywood, aliás, garantem um dos raros momentos de alívio cômico através da excelente piada envolvendo Lara Turner (Brenda Bakke).

Universo obscuroTernos sóbriosApresentação de LynnDa mesma forma, Hanson trabalha muito bem alguns temas abordados pelo longa, apoiando-se na ambiguidade dos personagens e de suas atitudes para levantar interessantes questões. Observe, por exemplo, como a corrupção na polícia se torna um problema bem mais denso e complexo quando observamos que os policiais podem agir de maneiras semelhantes em situações diferentes e nos induzir a concordar ou não com seus atos.

Se num instante um policial planta provas para justificar a prisão de alguém que é notoriamente culpado, este senso de justiça perde totalmente o sentido quando vemos outros policiais usando o mesmo artifício em benefício próprio. No entanto, a burocracia da justiça pode levar a sensação de impunidade e nos induzir ao erro de achar que algumas atitudes são justificáveis e outras não. No fim das contas, a pergunta é: É possível ser sempre correto?

A princípio, Ed Exley parece pensar que sim. Guiando-se por um senso de justiça que o leva até mesmo a passar por cima do sentimento de camaradagem tão valorizado entre os policiais, Guy Pearce compõe Ed como um personagem determinado a limpar a sujeira do departamento de polícia, o que o leva a subir na carreira na mesma proporção em que ganha inimigos dentro do ambiente de trabalho. As razões para este comportamento encontram base ainda em sua infância, mas Ed se vê obrigado a reavaliar conceitos na medida em que a narrativa avança – e um close em seu rosto após ele finalmente atirar em uns criminosos indica o momento em que ele começa a mudar de comportamento.

Já calejado e distante do sentimento que o levou a ser policial, o cínico Jack Vincennes se aproveita da situação para ganhar projeção, mas lentamente ele também apresenta seu outro lado, numa transição que o ótimo Kevin Spacey demonstra muito bem quando, arrependido, deixa os 50 dólares que recebeu num bar e tenta evitar que um jovem ator saia com um promotor local, mas chega tarde demais e encontra o garoto já assassinado – a expressão de decepção em seu rosto é marcante neste momento.

Momento em que Ed começa a mudarCínico Jack VincennesBud o policial durãoTraumatizado pela morte violenta da mãe, Bud é o policial durão que resolve tudo na base da pancada, mas assim como os outros personagens, ele também não se resume a esta avaliação superficial, demonstrando descontentamento diante desta situação e uma vontade enorme de provar que também é inteligente. Explorando seu porte físico sem se esquecer de seu talento dramático, Russel Crowe chama a atenção pela maneira como equilibra sua atuação entre as reações explosivas e momentos sensíveis como quando, envergonhado, evita o olhar de Ed após um policial informar que alguém tinha batido em Lynn.

Curiosamente, é justamente ele quem vive a relação mais sensível de “Los Angeles”, demonstrando interesse pela bela Lynn desde o primeiro momento, o que não o impede de agir irracionalmente quando descobre que ela tinha dormido com Ed. Lynn e Bud tornam-se confidentes e a empatia entre Crowe e Basinger é essencial neste processo.

Fechando os destaques do elenco, James Cromwell vive o inteligente e experiente Capitão Dudley, um profundo conhecedor do ambiente em que está inserido que revela sua outra faceta na surpreendente e impactante morte de Jack, enquanto a voz de Danny DeVito cai muito bem no repórter Sid Hudgens, que funciona também como uma espécie de narrador que, por pertencer ao ambiente diegético, surge de maneira orgânica e evita a artificialidade comum neste tipo de artifício narrativo.

Inteligente e experiente Capitão DudleyRepórter Sid HudgensTensa sequência do interrogatórioOrgânicas também são as reviravoltas eletrizantes de “Los Angeles”, a começar pela tensa sequência do interrogatório dos suspeitos Sugar Ray (Jeremiah Birkett), Ty Jones (Karreem Washington) e Louis (Salim Grant), na qual acompanhamos Bud lentamente perdendo o controle através de suas mãos que pressionam uma cadeira até que ele finalmente exploda e arranque a informação à força dos interrogados. Na medida em que a narrativa avança, os mistérios do coeso roteiro vão se resolvendo e as camadas ocultas dos personagens são reveladas, levando a parcerias aparentemente improváveis entre Ed e Jack e, posteriormente, entre Ed e Bud.

Mas é mesmo a sacada genial envolvendo “Rollo Tomasi” que confirma o excelente trabalho de Hanson e Helgeland, informando muito de maneira econômica e de quebra explicando também a origem da obstinação de Ed pela justiça. Observe atentamente a condução da cena e repare que somente Ed e Jack estão na sala quando ele conta a história da morte do pai. Assim, quando Dudley pede para Ed investigar quem é “Rollo Tomasi”, tanto o personagem quanto o espectador sofrem o impacto da revelação (num artifício do roteiro conhecido como pista e recompensa que funciona muito bem aqui), já que estas foram exatamente as últimas palavras de Jack Vincennes. Genial.

Rollo TomasiHistória da morte do paiDudley pede para Ed investigar quem é “Rollo Tomasi”Mergulhado nas sombras, o clímax no Victory Motel é sensacional, não apenas por confrontar os personagens com seus demônios mais íntimos como também por entregar ao espectador um tiroteio de tirar o fôlego, no qual podemos notar também o excepcional design de som que nos permite ouvir cada passo, tiro e movimento brusco com clareza.

Após ser considerado o herói da noite, Ed afirma ter ciência de sua situação (“Eles me usam e eu os uso”), numa conclusão perfeita e coerente com o personagem. Saber como se comportar naquele meio é essencial para sua sobrevivência. Sem a mesma sagacidade (ou o mesmo estômago), Bud prefere seguir outro caminho. Nas palavras de Lynn: “Alguns homens nasceram para ganhar o mundo, outros para fugirem para o Arizona com uma prostituta”.

E é nesta complexidade dos personagens que reside o maior trunfo de “Los Angeles – Cidade Proibida”, uma obra-prima excepcional que só comprova como nenhum gênero sairá de moda enquanto houver pessoas competentes e inteligentes o bastante para explorá-lo. Afinal, independente do gênero, o que o verdadeiro cinéfilo quer mesmo é assistir um bom filme.

 

Elenco: