Meu Passado Me Condena (1961)
País: Inglaterra, 90 minutos
Titulo Original: Victim
Diretor(s): Basil Dearden
Gênero(s): Drama
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080










DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
INDICAÇÕES
Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra
Prêmio de Melhor Ator Britânico (Dirk Bogarde)
Prêmio de Melhor Roteiro Britânico (Janet Green, John McCormick)
Festival Internacional de Veneza, Itália
Prêmio Leão de Ouro (Basil Dearden)
Sinopse: A “caça as bruxas” se estendeu até 1967 na Inglaterra (encarcerou até mesmo o escritor Oscar Wilde) e marginalizou, prendeu, matou e, por fim, chantageou muitos homossexuais até então, processo este que deixou uma mancha na história do país. É disso que trata Meu Passado me Condena (Victim), filme de 1961 do diretor Basil Dearden que, mesmo cheio de contradições, ficou marcado como o primeiro filme a tratar explicitamente da temática homossexual além de ter sido um grande risco assumido pelo diretor e pelo ator Dirk Bogade, astro inglês de renomada reputação.
“Eu nasci diferente Farr, mas nunca corrompi o normal. Por que eu deveria ser forçado a viver fora da lei por amar da maneira que posso?”
O julgamento de caráter do homossexual no filme é dúbio desde o início, ao passo que o tomam como vítima, automaticamente o marginalizam, entretanto, nos transportando para a época de sua realização, é compreensível a discrepância no roteiro do filme, não como falha e, sim, como método. A censura era rigorosa e os riscos em defender indivíduos considerados criminosos na Inglaterra eram altos.
A trama traz Dirk Bogarde como Melville Farr, advogado inglês bem sucedido e figura em ascendência pública que, após a notícia da morte de Jack Barret, um rapaz com quem tivera um affair, encontra-se em um verdadeiro obstáculo epistemológico, pois assumir sua homossexualidade publicamente é o mesmo de ser considerado criminoso. No dilema, se arriscar a perder, assim, o seu status social ou dar continuidade a sua carreira brilhante de advogado? A verdade é que Farr reprimiu sua homossexualidade em prol do bem estar da sociedade e em detrimento do seu próprio bem estar. Junto da decisão de entrar no armário e não mais dele sair, veio o casamento com a professora Laura, interpretada por Sylvia Syms.
O tal jovem Barret, interpretado por Peter McEnery, havia caído na rede de chantagens contra os gays que havia na Inglaterra pré-legalização dos atos homossexuais e acabou preso por furtos realizados para que pudesse pagar aos chantagistas. Preferindo findar sua angústia e proteger a integridade social de Farr (afinal, os dois haviam tido um caso), Barret opta por se enforcar. Farr, por sua vez, motivado pelo luto do jovem, parte em sua caçada aos tais chantagistas e descobre uma verdadeira rede de mentiras ao identificar inúmeros gays que também sofriam com as chantagens.
É, no entanto, estranho quando se faz julgamento de caráter ao gay e quanto ao seu papel na sociedade, como já salientado anteriormente, a vitimização vem acompanhada da marginalização. O olhar clínico pode encontrar muitas discrepâncias na temática tratada no filme, contudo, o olhar crítico se sobressai e é revelada a verdadeira intensão do filme (dado o contexto social em que foi produzido): a denúncia social.
Realizar denúncia social em uma época em que a indústria cinematográfica e do entretenimento sofria forte influência da censura foi um ato de bravura do filme, mesmo afeito à discrição e camuflado pela lei. Enfim, ainda que uma produção tímida e aparentemente imparcial, Meu passado me condena tem seu valor histórico e cinematográfico na luta contra a marginalização do homossexual em um mundo autoproclamado “dos gays”.
“Eu sou um policial, não tenho sentimentos” – inspetor Harris – fragmento que demonstra a ilusória imparcialidade do filme em relação à temática abordada.
Elenco: