Roma, Cidade Aberta (1945)
País: Itália, 103 minutos
Título Original: Roma, citta aperta
Diretor(s): Roberto Rossellini
Gênero(s): Suspense, Drama, Guerra
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080
DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
PRÊMIOS
Festival Internacional de Cannes, França
Grand Prix do Festival (Roberto Rossellini)
Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália
Prêmio Fita de Prata de Melhor Filme
Prêmio Fita de Prata de Melhor Atriz Coadjuvante (Anna Magnani)
Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA
Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro
Sinopse: A história não é um conto de fadas. A Guerra tem lados, pensamentos opostos e dor. Em Roma, Cidade Aberta, esses lados são bem claros: a resistência e os nazistas. A dor está com a população, que sofre a consequência de tudo, sem muito o que fazer. Que morre, no meio da rua, apenas por defender o amor, que não tem vez naquela chacina injustificável, talvez na cena mais icônica do filme e inspirada em um fato real da época. A mulher, amante e protetora, corre atrás de seu noivo, no dia do casamento, que estava sendo levado pela polícia. O tiro não apenas interrompe sua corrida, como simboliza a cessão de várias vidas que foram levadas sem motivo e até mesmo sem conhecimento público. Ali, ela é apenas mais uma, mas na tela de cinema, é todas elas.
Na dança de protagonistas que há em frente à câmera, temos a óbvia leitura das vidas que vêm e vão em uma situação como essa. Começa-se conhecendo um homem da resistência procurado pela polícia alemã, mas termina com um padre, até então bem humorado (ele chega a colocar estátuas de costas uma para a outra, um santo e uma moça nua, num raro momento de paz), sendo morto e, em uma cena fortíssima, pedindo perdão ao Pai por aqueles que não sabem o que estão fazendo por ajudar umas pessoas - Rossellini sempre foi muito católico. A resistência sempre é vista de maneira serena, correta, perseverante... Sempre qualidades.
Sem medo de se posicionar, os alemães são o extremo oposto em personalidade. Consideram-se superiores, calculam e, sem o menor resquício de arrependimento, jogam carta na sala ao lado de uma pessoa que está sendo violentamente torturada. Eles chegam a sorrir, de consciência tranquila. Sua presença é sinônimo de morte, de traição, de poder. Ao mesmo tempo, suas atitudes enfraquecem seus ideais, que não combinam com os atos que seus representantes protagonizam. Sua violência é a comprovação da fraqueza ideológica. São impiedosos, cruéis, frios, fisicamente ameaçadores... Sempre defeitos.
Os lados são definidos assim, de maneira clara e sem nenhuma filosofia ou ambiguidade. O povo resiste, os nazistas matam. E Rossellini filma. Em ambos os lados, há os fracos: os viciados que traem amigos e depois se arrependem e alemães bêbados que questionam tal superioridade perante o que eles fazem para conseguir o que querem, discurso inaceitável para os representantes nazistas. Não há unanimidade.
A miséria torna-se discurso forte e imponente, um dos temas centrais do Neo Realismo. Pessoas brigam por pão no meio da rua, enquanto outros não sabem nem o que irão comer no fim daquele dia. O que a câmera registra do lado de fora não é cenário de ficção, e sim a situação real que a Itália, destruída no pós Guerra, se encontrava, entre escombros e resquícios de uma civilização, como ninguém deveria viver um dia. Destaque para o modo como as mulheres são representadas, que aqui não são meras acompanhantes; elas têm personalidade, estão com o corpo a mostra, tomam posições fortes, em uma época onde isso não era tão comum. As crianças, símbolo máximo da inocência perdida, hora estão jogando bola, hora estão explodindo bombas contra os nazistas. Só com isso já dá para sentar e dar uma boa refletida sobre tudo.
Elenco: