>

ERA UMA VEZ O CINEMA


Trainspotting (1996)

cover Trainspotting

link to Trainspotting on IMDb

País: Inglaterra, 93 minutos

Titulo Original: Trainspotting

Diretor(s): Danny Boyle

Gênero(s): Drama

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
star star star star star star star star star star
8.1/10 (602258 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Empire Award

1997 Melhor Diretor

Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Roteiro Adaptado

1996 · John Hodge

Empire Award de Melhor Novato

1997 · Ewen Bremner

Prêmio Bodil - Melhor Filme Não-Americano

1997 · Danny Boyle

Boston Society of Film Critics Award

1996 for Best Foreign Language Film

Evening Standard British Film Award for Best Screenplay

1997 · Emma Thompson, John Hodge

Prism Award

1997 for Feature Film

Czech Lion Award

1997 Melhor Filme Estrangeiro

Prêmio NME

1997 Melhor Filme

Empire Award

1997 Melhor Filme Britânico

London Film Critics Circle Award for British Producer of the Year

1997 · Andrew Macdonald

Golden Space Needle Award for Best Director

1996 · Danny Boyle

Empire Award for Best British Actor

1997 · Ewan McGregor

Golden Space Needle Award

1996 for Best Film

London Film Critics Circle Award for British Actor of the Year

1997 · Ewan McGregor

Sinopse: Num subúrbio de Edimburgo (Escócia), cinco jovens, Renton (Ewan McGregor), um jovem usuário de heroína que leva uma vida despreocupada entre um romance e o colegial, Sick Boy (Jonny Lee Miller) um desenhista de HQs, Tommy (Kevin McKidd), um atleta, Spud (Ewen Bremner) um retardado de bom coração e Begbie (Robert Carlyle), um sociopata violento, vivem sem perspectivas e mergulham no submundo para manter seus vícios pela heroína. Amigos, que são ladrões e viciados, caminham com rapidez para o fim desta amizade e, simultaneamente, marcham para a auto-destruição.

Logo no início do filme “Trainspotting”, apresenta-se a fala de um personagem que diz: “escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”. É com esse discurso inicial no filme que podemos perceber, também, a ideia da procura de controle e de algo padronizado sobre a vida. O costume de escolher carreira, família, carro etc., no discurso desse personagem, nos remete ao conceito de uma vida segura, estabilizada e previsível, onde tudo está no seu lugar. Fugir deste controle é entrar na angústia.

O personagem do filme evidencia, desde o início, a não necessidade de viver uma vida padrão que tenta ter o controle sobre o dever. Quem precisa de motivos quando se tem heroína? A heroína se torna uma fuga, reafirmando que a angústia central do personagem é algo patológico. Dessa forma Renton tenta se livrar dessa patologia, mas ao invés de aprender a lidar com uma vida sem sentido, o personagem sempre se encontra voltando para as drogas para suprir o espaço sem sentido que a vida possui. Isso mostra como a nossa sociedade de consumo padronizou a existência humana, tentando “ensinar” como ser feliz ao invés de deixar o próprio aprender por conta e ser feliz ao seu modo singular.

Superficialmente, o roteiro parece singelo. Contudo, a narrativa flui de maneira imprevisível e natural. A discussão central do filme é a liberdade. Seria ela uma dádiva ou uma condenação. A liberdade em seu maior nível, que supostamente seria uma liberdade que envenena o se humano por conta de sua amplitude. Com isso, o protagonista precisa escolher um trabalho, uma família, amigos etc. Contudo o que ele escolhe é não viver.

A construção das personagens é rica: Renton é um sujeito perdido na vida e sem perspectiva de futuro, encontrando nos amigos e nas drogas um refúgio, Tommy é um atleta mais próximo do padrão de conduta social, Spud é um rapaz lento que, ao contrário dos demais, é ingênuo e bondoso, Begbie é um psicopata que alterna entre discursos arrogantes e agressões, Sick Boy é o menos desenvolvido sendo intelectual e quieto. Em termos de elenco, vão todos bem, embora o overacting de Carlyle torne Begbie chato e desagradável em alguns momentos. O grande destaque, por óbvio, é McGregor não à toa, foi o único que teve carreira considerável desde então.

No entanto, o grande nome da produção é Danny Boyle. Nesse longa de 1996 a genialidade do diretor já era visível. O texto do filme colabora para sua direção criativa. Sem pudor, faz piadas com sagacidade e sabe a sensibilidade necessária nas raríssimas cenas trágicas da película. As metáforas visuais são incontáveis, sendo a mais explícita a da sequência em que Renton cai em um buraco, como uma cova, ao injetar heroína em uma veia. Graças a Boyle, “Trainspotting” tem cenas simplesmente inesquecíveis como, Renton defecando e depois entrando na privada de um banheiro asqueroso, mas a sequência mais espetacular é a que Renton é preso em seu quarto e sofre alucinações em razão da crise de abstinência.

Com isso, o legado que “Trainspotting” deixa é o de que a vida é insegura e a cada momento, nossa insegurança cresce dentro de nós, sempre estamos apostando e nunca sabemos o que pode acontecer e é isso que é o lado belo de se viver. Se a vida fosse previsível não valeria a pena vive-la. Se tudo fosse uma certeza, nós seriamos máquinas e não seres humanos.

Elenco: